Você sabe os impactos do mercúrio na saúde do povo Yanomami?

Os Yanomami são um dos maiores povos indígenas relativamente isolados da América do Sul. Eles vivem nas florestas e montanhas do norte do Brasil e sul da Venezuela.
Eles possuem um enorme conhecimento botânico e utilizam cerca de 500 plantas como alimentos, remédios, para a construção de casas e artefatos. Além disso, se sustentam em parte pela caça, coleta e pesca e possuem uma relação harmônica e complementar com todos os recursos e seres a sua volta.
A floresta, é entendida como uma entidade viva, inserida numa complexa dinâmica cosmológica de intercâmbios entre humanos e não-humanos, distante do olhar da exploração econômica.
No entanto, a invasão de garimpeiros às terras onde vive o povo Yanomami, não é um fenômeno novo. Na década de 70, iniciativas governamentais estimularam o garimpo na região. Na década de 80, veio a “corrida do ouro”. Mas foram nos últimos anos que o garimpo ilegal atingiu outro nível, avançando por territórios que, até então, ainda se mantinham livres da atividade de exploração do ouro, segundo Júnior Hekurari Yanomami, líder indígena.
O grande alerta é que os garimpos ilegais, usam mercúrio em excesso para viabilizar a separação do ouro dos demais sedimentos, causando a contaminação dos peixes, a morte dos rios, a remoção da cobertura vegetal e, consequentemente, a fuga dos animais.
O mercúrio é um dos metais mais tóxicos encontrados no ambiente global, podendo estar presente na atmosfera, solo ou recursos hídricos. O contato com o mercúrio acontece principalmente por meio da ingestão de peixes e frutos do mar contaminados e da inalação da substância em forma de vapor. Tudo isso impacta nas atividades, alimentação e consequentemente miséria e diversas doenças que assolam populações das regiões afetadas.
Crianças e fetos são mais vulneráveis aos efeitos tóxicos do mercúrio. Alguns grupos de adultos, como pescadores, também se tornam vulneráveis quando expostos a altos níveis desse metal. Entre os sintomas de intoxicação por mercúrio estão cefaléia, tremor, tontura, além de depressão e insônia. 
Diante disso, se faz necessário a análise de mercúrio em água e realizar ensaios de toxicidade nos peixes para que seja feito um monitoramento dos níveis de contaminação dessa substância e trazer indicadores de saúde pública regional.
Atualmente, com o fracasso na retirada dos garimpeiros ilegais do território indígena Yanomami, em Roraima, o governo federal decidiu que a presença das Forças Armadas e Polícia Federal passa a ser definitiva na região a partir de 2024 e que esta crise será tratada “como uma questão de estado”. Espera-se ser a solução definitiva para que diminua o número de mortes e de intoxicações nas gerações Yanomani.

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