O famoso Rio Sena, cartão postal da Cidade de Paris, está sob grande questionamento social quanto a saúde pública. O Rio foi fundamental para a constituição histórica da capital francesa e exerce até hoje importância econômica e cultural no país.
No entanto, enfrenta um grave problema ambiental, a poluição hídrica. E isso não é de hoje, os problemas como a poluição hídrica surgiram a partir do descarte irregular de efluentes urbanos e rurais. Por isso, nadar no rio Sena foi proibido em 1923.
Com o compromisso de despoluição do Rio Sena diante dos Jogos Olímpicos de Paris, foram realizados monitoramentos da qualidade da água e investidos mais de US$ 1,5 bilhão para tratamento da água afim de tornar apropriada para as provas e banho no geral.
Segundo relatório da Prefeitura de Paris, foram avaliados quatro diferentes pontos em coletas diárias do período de 24 de Junho a 2 de Julho. Embora apresentava dados dentro do limite aceitável, o relatório aponta que os níveis ainda estão fora do ideal, especialmente nos controles da bactéria E-coli.
A E. Coli faz parte da microbiota intestinal, mas o contato fecal-oral pode causar problemas como gastroenterite e infecção urinária. E foi exatamente com uma infecção pela bactéria E. coli que a atleta belga Claire Michel desistiu da prova de triatlo misto nesta segunda-feira, 5 de agosto.
A atleta está doente há quatro dias e foi hospitalizada pouco depois de nadar no rio Sena na disputa individual de triatlo, na quarta-feira, 31 de julho. O caso da atleta belga retomou os olhares para a polêmica da qualidade do Rio Sena.
Antes de as provas que aconteceram no Rio Sena, a Sociedade Francesa de Infectologia fez um alerta sobre o risco de contrair doenças em contato com a água. Não obstante, será importante realizar monitoramentos e avaliar as análises quantitativas da bactéria E. Coli para garantir a segurança de nossos atletas.
Olímpiadas seguras, são olimpíadas com garantia de qualidade da água para nossos atletas também.
Autora: Lucia Sousa