Aproveitamento de Resíduos Agroindustriais: Estratégia para transformar descarte de frutas em insumos

Em meio aos desafios ambientais atuais, encontrar novas formas de valorizar resíduos se tornou uma necessidade urgente, e também uma oportunidade para inovar. No Setor de Engenharia do Frio em Alimentos da UENF, essa visão se materializa em  tecnologias que convertem materiais antes descartados, como cascas, sementes e bagaços, em ingredientes úteis para diferentes segmentos industriais.

No Laboratório há um olhar atento para o potencial nos subprodutos do processamento de frutas. As chamadas “sobras”, provenientes de maracujá, acerola, manga, uva e tantas outras matérias-primas, são ricas em nutrientes e compostos que podem ser recuperados. Assim, iniciativas relacionadas ao desenvolvimento de novos coprodutos, sejam derivados de cascas, sementes e bagaços, tornam-se caminhos estratégicos para aproveitar melhor cada etapa da cadeia produtiva.

Esses materiais frequentemente abrigam substâncias de alto interesse, como antioxidantes, pectinas, fibras e óleos naturais. Por isso, grande parte das pesquisas envolve processos de extração e purificação de compostos bioativos, que dão origem a ingredientes destinados às áreas alimentícia, cosmética e farmacêutica. Paralelamente, são conduzidas avaliações rigorosas da qualidade dos coprodutos, garantindo segurança, funcionalidade e eficiência tecnológica.

Para que essas soluções saiam do campo da pesquisa e cheguem ao setor produtivo, o Setor de Engenharia do Frio em Alimentos opera testes em escala piloto, valida equipamentos, otimiza rotas de processamento e presta suporte técnico às empresas interessadas em incorporar tecnologias de reaproveitamento de resíduos agrícolas e frutíferos. Esse movimento permite, por exemplo, que toneladas de resíduos de maracujá se transformem em novos ingredientes, reduzindo desperdícios e ampliando possibilidades de uso.

Em síntese, quando resíduos deixam de ser vistos como simples sobras e passam a ser tratados como fontes de geração de novos produtos/ingredientes, abre-se um espaço para inovação, redução de desperdícios e criação de valor. Cada casca, semente ou fração de bagaço, antes sem destino, passa a integrar uma cadeia produtiva mais eficiente e sustentável.

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